segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Bronca

Não faz muito tempo minha filha me deu uma bronca. Dizendo que eu falava muito em um grande amigo de infância, contava para ela as lembranças de futebol de botão, de idas ao sítio, de estudar junto e que eu não retomava essa amizade.
O tempo vai passando, a vida vai levando a gente para lugares e situações diferentes e a correria do dia a dia nos afasta dos amigos.
Reconheci a bronca e fui fazer uma visita ao José Rubem. Foi ótimo! Passamos um tempão lembrando de fatos e pessoas, rindo e se emocionando. Contei para ele a bronca da minha e ele se solidarizou comigo, dizendo que ele merecia metade da bronca.
Ontem eu recebi um telefonema de um amigo que não via há quase dois anos. Ele começou a conversa animado e alegre, como sempre. Em seguida perguntou se eu estava chateado com ele por algum motivo que ele não soubesse, se ele, sem querer, ou sem perceber, havia feito algo que me chateasse. Eu respondi que não, de maneira alguma. Ele ainda insistiu e lembrou nossa amizade para dizer que entre nós não haveria dificuldade ou frescura em falar se houvesse. Eu reafirmei que não havia nada ele que houvera feito que me chateasse.
Então, ele me deu uma senhora bronca. Merecida. Retomamos a conversa e demos muitas risadas. Lembramos especialmente as longas conversas no estacionamento depois de um dia inteiro de trabalho em que eu sorvia a sabedoria do José Paulo para aplicar em minhas aulas.