sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Meu mamoeiro se foi....


Sem que eu plantasse, desejasse ou tomasse qualquer ação, um mamoeiro brotou bem ao lado da janela da sala.
E eu nem sabia que era um mamoeiro. O jardineiro sugeriu cortar, pois devia ser macho e não dar mamão saboroso. Eu não deixei. Confiei na natureza que me ofereceu sem que eu pedisse.
O mamoeiro cresceu e frutificou. Mamões deliciosos e pequenos. Muito saborosos, de pegar no pé antes que os passarinhos ou morcegos comessem.
Eu sempre gostei de imaginar o mamoeiro como um exemplo daquelas coisas para as quais não temos controle. Não fiz nada, nem de bom, nem de mau. Mesmo assim recebi esse presente. Durante o período de seca do ano passado o mamoeiro parou de dar frutos, mesmo assim cresceu. Com as chuvas, voltou a frutificar, dessa vez bem mais alto.
Com todas as chuvas que caíram recentemente o solo ficou muito mole e o mamoeiro muito alto. Ontem à noite o mamoeiro caiu.
Recolhi os frutos, limpei o terreno e segui com o exemplo que a natureza me deu.
Para certas coisas não temos controle. Devemos ter sabedoria para aceitá-las.



Para minha alegria o novo jardineiro já detectou mais 3 pés de mamão no fundo do quintal. A natureza segue seu ritmo!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Vidros, Amores, Líquidos


A figura acima é Falco/Pixabay e mostra uma janela de uma catedral. Coloquei para lembrar de uma questão antiga: O vidro é sólido ou líquido? Dizem que vidros de catedrais antigas apresentam uma espessura maior na base por terem escorrido. Ou seja, se tivéssemos uma câmera que fotografasse o vidro bem lentamente e apresentasse tudo de um só vez, fazendo com que 300 anos passassem em em 30 segundos, veríamos o vidro escorrendo como água.
Essa questão pode ser resolvida com uma busca simples no Google.
Meu ponto é que com uma supervelocidade veríamos as coisas de modo diferente, veríamos o que é sólido como se fosse líquido.
O que remete a um outro ponto.
Não faz muito tempo ganhei de uma pessoa, na certa um pouco brava comigo, o livro "Amor Líquido" de Bauman no qual é apresentada a ideia de que as relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz. Seja real ou virtual.
Talvez as coisas estejam ligadas. Talvez as relações humanas não estejam se tornando líquidas, mas sim estamos vivendo em altíssima velocidade. Perdendo o prazer da caminhada, transformando o que é sólido em líquido.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Eu odeio as segundas-feiras

Meu pai acordava cedo aos domingos, dizia ele que era para aproveitar mais o dia. Eu não o entendia.
Minha mãe considerava o domingo o pior dia da semana e eu também não entendia.
Depois de velho não consigo ficar muito tempo na cama e entendo meu pai, um domingo com coisas prazerosas a fazer deve ser aproveitado integralmente e aí ficar na cama é perda de tempo.
Demorei menos para entender minha mãe, para uma dona de casa o domingo significa mais trabalho e todos em casa demandando coisas, comendo, bebendo, fazendo mais sujeira e bagunça. Desse ponto de vista a segunda-feira é um ótimo dia.
A frase do título do post ficou famosa com o gato Garfield. O que não faz muito sentido, pois o gato não tem que ir para a escola ou um trabalho.

E nós usamos o ódio à segunda-feira do mesmo jeito que o amor pela sexta-feira. Para reforçar a ideia do trabalho como uma obrigação e o fim de semana como diversão pura.

No entanto, quem mais tem horror às segundas-feiras é quem não tem um trabalho para ir e nesse dia tem que enfrentar a realidade de um dia sem uma ocupação.