terça-feira, 28 de novembro de 2017

Banheiros

Voltando para São Paulo me deparei com uma novidade no ônibus: dois banheiros. Um para homens e outro para mulheres. De imediato achei interessante. Depois, com alguma reflexão, achei estranho. Porque dois banheiros?
Porque não um banheiro maior? Porque isso não acontece em outras situações similares, como aviões ou trens, por exemplo.
Se você reclama do aperto em um banheiro de avião é porque nunca preciso usar um banheiro de ônibus no centro-oeste brasileiro.
Não é por uma questão de privacidade, no banheiro do ônibus só cabe uma pessoa por vez.
O motivo de ter dois banheiros é para dar mais conforto às mulheres com um banheiro mais limpo. Mulheres tem um lema ao entrar em banheiros públicos: "Não encosta em nada!". Os banheiros masculinos são mais sujos, homens são mais descuidados, para usar uma palavra delicada.
Eu preferia muito mais se os banheiros fossem comuns e as pessoas mais cuidadosas. Aliás, os banheiros em geral poderiam muito bem ser compartilhados, como é alguns lugares. Podíamos ver com mais simplicidade essa questão e preservar, em qualquer espaço, o respeito e a limpeza.
Podíamos conseguir fazer com a que diferença não faça diferença.

domingo, 26 de novembro de 2017

A lenda do corpo seco

Em Ituiutaba, na verdade em outros lugares também, existe a lenda do corpo seco. Uma mulher tão má que nem a terra a aceitou quando morreu. Depois de algumas horas o corpo saia da cova, sem achar a explicação ou uma solução os bombeiros levaram o corpo para uma caverna longe da cidade e o deixaram lá. Essa caverna fica na serra agora chamada de serra do Corpo Seco. Quem tem a coragem de passar por lá diz ouvir gemidos e lamentos de uma mulher.
Essa é a foto do meu quintal. Ao fundo um pé de limão China (ou Cravo em São Paulo) que ficou seco e morreu. Não ouço lamentos e nem gemidos. Mas fiquei triste.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Amigo Secreto

Está chegando o final do ano e, em muitos lugares, já se começam a fazer a brincadeira de amigo-secreto, ou amigo-invisível, amigo-oculto, como se diz em alguns lugares.
Essa brincadeira é muito boa para unir as pessoas, mas sempre há um risco. Especialmente com diferença que pode haver entre presente dado x presente recebido.
Uma solução para isso é estabelecer um limite para o valor do presente. Às vezes um limite para o valor mínimo e não para o máximo, outras vezes com o limite para uma faixa de valor. Ou então um presente temático, como chocolate por exemplo.
Uma variação é o amigo-da-onça no qual os presentes são sabidamente ruins. Sempre é muito engraçado e ninguém tem nenhuma expectativa.
Outra possibilidade é a que os presentes podem ser trocados, ou ainda escolhidos. Nesse caso se diluí a relação entre presente dado x presente recebido.
Todas essas variações demonstram que há sim uma possibilidade de algum incômodo por conta da variação que pode haver. Na minha pesquisa informal sempre consigo achar alguém que deu um presente bem melhor do que o presente que recebeu, mas nunca o contrário.
A melhor solução que eu conheço é entender o amigo-secreto como uma oportunidade para dar um presente, uma chance de você mostrar a alguém o quanto você o admira e tem a chance de mostrar a essa pessoa um pouco de carinho. E a brincadeira se encerra aí. Receber o presente não está na expectativa.
A brincadeira é dar e não receber.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

De corridas e alegrias, despedidas e até logo

Usain Bolt é o maior corredor de 100 metros da história. Ganhou tudo, bateu todos os recordes e é uma simpatia de pessoa.
Ele se alegra com os feitos, sorri feliz e satisfeito por cada momento de glória. Não economiza alegria e nem poderia ser diferente.
Ele sabe e tem plena consciência de que só conseguiu chegar onde chegou por uma série de condições que não dependiam dele. Se fossem as mesmas condições de pista, sapatilha, nutrição, engenharia do esporte, treinos e outras coisas, será que Jesse Owens não faria tempos melhores? Ou Carl Lewis? Ninguém vai poder responder essa pergunta. Não há como comparar. Mas ele sabe que teve as melhores condições do seu tempo. Isso não diminui em nada seus feitos, não relativiza a sua importância.
Ontem meus alunos fizeram sinceras homenagens que me deixaram muito emocionado. Estou mais feliz do Usain Bolt ao bater um recorde, e sei, assim como ele, que só consegui o que consegui por que tive os melhores alunos, que me receberam com um misto de desafio e confiança, que acreditaram em mim, que me instigaram, que me provocaram e aceitaram minhas provocações. Crescemos juntos.

O ‘muito obrigado’ é recíproco.